A fabricante chinesa Transsion é a criadora das linhas de smartphones Tecno, Itel e Infinix. A empresa tem em seu portfólio produtos como o Phantom 9, o Camon 11 e o P33. Além, é claro, do sistema operacional TRANSSION OS, que é baseado na plataforma do Android.
É provável que todos estes nomes sejam novidades para você. Apesar de pouco conhecida no continente americano, na Europa e até na China, sua terra natal, a Transsion é, desde 2017, a maior vendedora de smartphones na África. Além disso, a empresa é também a quarta maior exportadora de celulares do mundo, apenas atrás da Samsung, Huawei e Apple.
Segundo levantamento da consultoria IDC, a fabricante chinesa conta com 34% do mercado de smartphones no continente africano, seguido pela Samsung, com 23%. A Transsion tem dispositivos com preço a partir de US$ 15, sendo que o valor médio de seus produtos é de US$ 96. Em comparação, os celulares da Huawei custam em média US$ 176 e os da Samsung US$ 235, na África.
O Itel It6910 custa cerca de US$ 20 na Nigéria.
No entanto, a estratégia de mercado no continente não fica restrita ao baixo custo. Pesquisas sobre o comportamento do consumidor da África ajudaram a empresa a desenvolver produtos personalizados para esta demanda, com espaço para mais de um chip, baterias de longa duração e câmeras otimizadas para tons de peles escuras.
Transsion em crescimento
A Transsion tem sua sede em Shenzhen, capital mundial de indústrias de hardware, mas já montou fábricas para produzir smartphones na Etiópia e em Bangladesh. A empresa conta com mais de 1.500 colaboradores na área de pesquisa e desenvolvimento, em centros especializados para este fim na sede e também em Xangai.
Não é só hardware: a Transsion já desenvolve softwares pensando em seu público consumidor de países emergentes. Por exemplo, o serviço de streaming de músicas Boomplay Music é líder do segmento no Quênia, na Tanzânia e na Nigéria.
Em março deste ano, a Transsion fez um pedido para sua oferta pública inicial de ações na bolsa de tecnologia de Xangai. Segundo a consultoria Kapronasia, a empresa espera levantar ao menos US$ 80 milhões com o IPO.
Fonte: StartSe | por João Ortega