Vendida para a Kroton, Somos compra escola Santi

Vendida para a Kroton, Somos compra escola Santi

A Somos Educação – que está em processo de venda para a Kroton – fechou a aquisição da Escola Santi (antigo Santo Inácio), localizada em São Paulo. O valor da transação gira entre R$ 35 milhões e R$ 40 milhões, segundo o Valor apurou.

As negociações entre a Somos Educação, controlada pela gestora de fundos de private equity Tarpon, e a Escola Santi já estavam em andamento antes da transação com a Kroton ser anunciada, em abril. Desde o ano passado, a Somos Educação já vinha informando ao mercado que mantinha conversas adiantadas com cerca de dez colégios, sendo que boa parte dessas operações poderia ser concluída em 2018.

Fundada há quase 50 anos, a Santi é uma escola tradicional na cidade de São Paulo, com mensalidade variando entre R$ 2 mil e R$ 3 mil. A escola tem cerca de 800 alunos matriculados nos ensinos infantil, fundamental I e II.

Os professores e funcionários da Santi foram informados da venda ontem no fim do dia. No comunicado, os diretores da escola, Adriana e Fernando Cury, que permanecem na instituição, citam a competitividade no setor de educação básica como uma das razões para a venda e informam que a Somos Educação está em processo de aquisição pela Kroton. A transação ainda depende de aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). “Abrimos diálogo com alguns grupos que desejam fortalecer a educação básica do nosso país, além de perpetuar e multiplicar projetos de qualidade, como o nosso. Depois de um cauteloso processo decisório, os sócios atuais optaram pela venda da Escola Santi para a Somos Educação”, informa trecho do comunicado da Santi.

A Somos Educação espera encerrar o ano com 35 mil alunos em seus colégios – já incluindo os estudantes das escolas cujas as negociações estão adiantadas. O grupo é dono de colégios como Anglo 21, pH, Sigma, Máxi e Motivo em várias regiões do país.

A Kroton, por sua vez, é dona dos colégios Pitágoras e Leonardo da Vinci, este último recém adquirido. Em abril, a líder do ensino superior privado adquiriu o controle da Somos numa transação avaliada em R$ 6,2 bilhões.

O setor de educação básica tornou-se o preferido dos investidores por ser ainda muito pulverizado. Esse mercado movimenta R$ 60 bilhões por ano, superior ao faturamento do ensino superior, que é da ordem de R$ 54 bilhões.

Fonte: Valor Econômico | Thais Carrança e Beth Koike

Fundos e gestoras diversificam investimentos e compram fatias em empresas de fast-food a escolas

Fundos e gestoras diversificam investimentos e compram fatias em empresas de fast-food a escolas

RIO – A rede de pizzarias Domino’s e a Walmart do Brasil trocaram de mãos nas últimas duas semanas. Em comum entre os dois negócios, o comprador: fundos de private equity, formados com dinheiro de outros fundos daqui e estrangeiros. É cada vez mais comum esse tipo de negócio no Brasil, seguindo tendência mundial. Eles já administram marcas de café, redes de fast-food e de supermercados, academia de ginástica, escolas e hospitais.

O foco são empresas promissoras, mas que ainda não entraram na Bolsa. O objetivo é acelerar o crescimento das empresas e depois vendê-las com lucro, para remunerar seus investidores, que são fundos de aposentados de universidades, fundos soberanos de países e até fortunas familiares. Foram R$ 154,3 bilhões de capital destinados a este modelo de investimento no país em 2017, de acordo com a Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital, que engloba tanto as empresas que compram fatias de outras companhias, como as que apostam em start-ups ou empreendimentos com mais risco. Os estrangeiros responderam por 58% deste segmento.

No controle da Burger King, da Unidas Rent a Car, da universidade à distância Uniasselvi e da Cecrisa, de cerâmica, estão os mesmos donos. O comando está ou já passou pelas mãos da gestora Vinci Partners II, num fundo que soma R$ 2 bilhões. Eles acabaram de comprar a Domino’s.

— Sempre compramos o controle da empresa. Temos metas de produtividade, eficiência, custo de produção, crescimento e margem — afirma Alessandro Horta, presidente da Vinci Partners, que movimenta R$ 6 bilhões em todos os seus fundos.

A necessidade de controle vem do tipo de investimento, afirma Horta. Como é de longo prazo, de cinco a seis anos, o investidor não pode ter acesso ao recurso antes de um prazo determinado:

— Ao abrir mão da liquidez, temos que influenciar na gestão.

O ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga, sócio da Gávea Investimentos, está na gestão de empresas como Multiterminais, Energisa, Paschoalotto (de serviços financeiros), Grupo São Francisco (de saúde) e Natural One (de sucos). A Gávea é minoritária, participando do conselho e indicando o diretor financeiro:

— São empresas que querem crescer e precisam de ajuda na estratégia e na parte financeira. Não existe receita única. Procuramos ser um bom sócio, atuante, que participa das discussões.

EM 2017, 93 TRANSAÇÕES

Arminio afirma que as críticas de que os fundos só querem lucro e não se preocupam com o futuro da empresa a longo prazo, pois vão sair dela em algum momento, procedem em parte:

— Nunca investimos com a cabeça de dar uma guaribada para vender. Essa crítica procede quando o fundo alavanca excessivamente a empresa, sacrificando resultados de longo prazo pelos de curto prazo. Isso vai contra nossa forma de atuar.

Desde 2006, a Gávea investiu R$ 6 bilhões em cinco fundos, injetando recursos em 50 empresas, das quais 11 foram listadas em Bolsa e o restante teve um retorno superior ao do Ibovespa. Segundo Arminio, cerca de 10% das apostas deram errado.

A indústria de sucos Natural One, do empresário Ricardo Ermírio de Moraes, ganhou injeção de recursos da Gávea, que comprou 49,9% do negócio criado há 12 anos. Segundo Alexandre Salles, diretor financeiro, o investimento acelera a expansão do negócio e atrai talentos:

— A Gávea alocou um sócio para ficar ligado nas operações, nas relações gerenciais, na forma de administrar, na governança e no processo decisório. Há executivos de empresas mais maduras da carteira da Gávea que trocam experiências conosco.

E não houve redução do quadro de empregados. Em 2016, ano da entrada da Gávea, eram 240 funcionários. Atualmente, são 300. Mas houve demissões.

— Mantivemos a maior parte do quadro — conta Salles.

Segundo a Transactional Track Record, houve no ano passado 93 transações de compra de participações em empresas, somando R$ 20,6 bilhões, 65% a mais do que em 2016. Uma das recentes foi a compra da Walmart no Brasil pelo fundo Advent.

A Leste, gestora fundada pelo ex-sócio do BTG Pactual Emmanuel Hermann, comprou em fevereiro 40% da Fábrica de Bolo Vó Alzira. O fundo venceu a resistência da família, que já havia refutado duas ofertas. Três argumentos foram usados: os investidores seriam minoritários, a gestão ficaria com a família e não haveria prazo de saída do fundo.

— Há a percepção de que esse pessoal se acha o dono da verdade. Mas a Leste tem nos deixado fazer o que fazemos de melhor, enquanto ajudam nas áreas financeira e de governança. Quando entra outro sócio, você se mexe — contou Alexandre Martins, diretor executivo da empresa e filho da dona Alzira.

O fundo ajudou a convencer a família a desistir de expandir as operações para a Flórida e, em vez disso, focar em São Paulo, onde quer ter 50 lojas até o fim do ano. Aos 70 anos, Dona Alzira trabalha na gestão da qualidade das 220 lojas. O plano é fechar 2018 com 370. A Bolo Vó Alzira se encaixa na filosofia da Leste de privilegiar negócios familiares. Segundo Bernardo Rodenburg, chefe de private equity, são companhias comprometidas:

— O potencial de conflito é maior com o fundo sendo minoritário, mas tentamos entender a visão do fundador. Eles entendem do negócio mais do que qualquer fundo.

O fundo americano HIG tem R$ 1 bilhão investido na América Latina e mais R$ 2 bilhões para aplicar na região. No Brasil, investiu na Mr. Cat. Globalmente, administra US$ 25 bilhões.

— Somos um caso único de fundo grande que só gosta de empresas médias. Quanto aos setores, somos agnósticos — disse Fernando Oliveira, diretor para América Latina.

Fonte: TTR

Fleury e Sabin investem em startups de saúde

Fleury e Sabin investem em startups de saúde

Concorrentes no mercado de medicina diagnóstica, o Fleury e o Sabin – segundo e quinto maiores laboratórios do setor, respectivamente – firmaram uma parceria para investir em startups na área de saúde, também conhecidas como “healthtechs”. As duas companhias fizeram um aporte inicial de US$ 2 milhões na Qure, empresa de venture capital que pertence ao fundo de investimento israelense OurCrown, com o objetivo de acelerar negócios em estágio inicial de atividades com projetos ligados à medicina diagnóstica.

“Investindo nessa aceleradora, vamos ter acesso a startups do mundo todo. Com tantas tecnologias surgindo, investir numa só startup é um risco”, disse Carlos Marinelli, presidente do Fleury, cuja receita bruta foi de R$ 2,5 bilhões no ano passado. “A parceria vai nos permitir agilizar os projetos das startups. A tecnologia também nos permite reduzir custos”, disse Lídia Abdalla, presidente do Grupo Sabin, que encerrou 2017 com faturamento de R$ 830 milhões.

As duas companhias já investiram em empresas iniciais de tecnologia. O Sabin patrocinou a primeira aceleradora de startup em saúde da América Latina, a Berrini Ventures, e está investindo na Pickcells, uma empresa novata que faz automatização de exames parasitológicos. Já o Fleury fez aportes em um projeto de testes de tumor com uma startup chamada Onkos.

Com os elevados custos na saúde, as “healthtechs” são vistas como um caminho para baixar os gastos. No ano passado, a soma das despesas com hospitais, consultas e exames médicos pagos por meio de planos de saúde somou quase R$ 150 bilhões. Em 2030, esse valor pode chegar a R$ 190 bilhões considerando uma visão conservadora, mas se os gastos continuarem crescendo na proporção atual essa quantia pode atingir R$ 383,5 bilhões, segundo projeções do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). Em 2017, foram realizados quase 1,2 bilhão de exames em laboratórios privados e a expectativa é de uma alta de 17% em 2030.

No Brasil, existem 263 startups na área de saúde, segundo a aceleradora Liga Ventures, que levantou dados de 10 mil “healthtechs”. Os segmentos de sistemas de gestão (17%) e alta complexidade em ciência (15%) são os com maior número de startups, seguidos pelos de sistemas de bem-estar físico e mental (10%) e buscadores e serviços de agendamentos de consultas (10%).

Fonte: Valor Econômico | Por Beh Koike

Fusões e aquisições somaram R$ 101 bilhões no 1º semestre

Fusões e aquisições somaram R$ 101 bilhões no 1º semestre

O volume financeiro de fusões e aquisições no mercado brasileiro somou R$ 101 bilhões no primeiro semestre de 2018, marcando um crescimento de 18% em comparação com o mesmo período de 2017, e o melhor resultado dos últimos três anos.

De janeiro a junho, foram registradas 471 operações, queda de 9% em relação às 518 anotadas no primeiro semestre do ano passado.

De acordo com os dados do Relatório Mensal da Transactional Track Record (TTR), publicado em parceria com a LexisNexis e TozziniFreire Advogados, no segundo trimestre do ano foram registrados 217 novos negócios, uma queda de 14,23%. As 14 transações de grande porte – isto é, a partir de R$ 500 milhões – feitas de abril a junho somaram R$ 32,4 bilhões.

O subsetor mais ativo, mantendo tendência iniciada em 2014, foi o de Tecnologia. No ano, foram 102 operações, alta de 23% comparada ao mesmo período de 2017. Destas, 48 ocorreram no segundo trimestre. O crescimento dos investimentos no setor acompanha o aumento de 25% nas aquisições estrangeiras nos segmentos de Tecnologia e Internet. Já o setor Financeiro e Seguros, com 61 transações, teve crescimento de 9% no ano.

Capital estrangeiro

No âmbito cross-border inbound, em que empresas estrangeiras investiram em firmas baseadas no Brasil, foram contabilizadas 102 operações de aquisição de empresas brasileiras no semestre.

Os Estados Unidos seguem como o país que mais investe no mercado brasileiro. As 40 operações envolvendo empresas norte-americanas comprando no mercado nacional, somaram, desde o início do ano, R$ 4,4 bilhões.

Na segunda colocação, em termos de valores, ficou o Japão, com R$ 3,78 bilhões, seguido pela China, com R$ 2,14 bilhões investidos. O setor de Tecnologia também foi aquele em que foram registradas mais operações de empresas estrangeiras no primeiro semestre deste ano.

No cenário de private equity e venture capital foi anotado um crescimento de 50% dos investimentos de fundos estrangeiros em empresas brasileiras, alcançando um total de 40 negócios realizados.

Esses aportes estrangeiros tiveram forte influência no volume financeiro das operações de venture capital registradas pelo TTR no País no primeiro semestre. Nessa modalidade de investimentos, foram registradas 101 operações desde o início do ano, um leve crescimento de 5% em comparação ao mesmo intervalo de 2017.

Fonte: TTR