Quando foi a última vez que um brinquedo conseguiu mudar a forma como enxergamos gestão empresarial?

Pode parecer estranho, mas o fenômeno Labubu (aquele bonequinho colecionável que virou febre mundial) é muito mais do que um sucesso de vendas. Ele traz lições práticas e atuais para quem pensa em gestão, inovação e crescimento de negócios.

Você provavelmente já viu um por aí, nas redes sociais ou em lojas, mas talvez não saiba exatamente o que ele é, nem a história por trás do sucesso da Pop Mart, a empresa chinesa responsável por essa febre.

Labubu é um personagem colecionável criado pela Pop Mart, que adotou a estratégia de “blind box” — caixas surpresa que contêm um brinquedo aleatório — para vender esse e outros produtos. Essa forma de comercialização cria uma experiência única para o consumidor, misturando curiosidade, surpresa e o desejo de colecionar diferentes peças.

Desde 2019, a Pop Mart adotou esse modelo e transformou o brinquedo em um fenômeno global. Com presença em mais de 90 países, a empresa não só vende brinquedos, mas constrói um ecossistema de exclusividade, desejo e engajamento… e faturou mais de 400 milhões de dólares só com essa linha.

O diferencial? Não está só no produto, mas no jeito de gerir a empresa.

A Pop Mart investe fortemente em entender o comportamento do consumidor e usa dados para ajustar estoques, desenvolver lançamentos e direcionar campanhas. Isso garante que a empresa não só venda, mas mantenha uma base fiel e ávida por novidades.

Além disso, o crescimento internacional foi feito com planejamento e escalabilidade, respeitando as particularidades de cada mercado para não perder o controle da operação e garantir qualidade.

E mais: o modelo de “blind box” é uma inovação em modelo de negócio. Em vez de competir por preço ou características técnicas, a Pop Mart criou valor por meio da exclusividade e da experiência, gerando uma relação emocional entre cliente e produto.

O que isso significa para quem trabalha com gestão empresarial?

Primeiro, que inovação não é só lançar um produto novo, mas pensar no modelo de negócios e na experiência que a empresa entrega ao cliente.

Segundo, que o uso de dados e feedback constante é vital para ajustar o rumo e garantir crescimento sustentável.

E terceiro, que expansão precisa ser feita com planejamento estratégico para evitar riscos e preservar o que torna a marca valiosa.

Esse case mostra que, para crescer de verdade, é preciso olhar além do produto, colocando o cliente no centro, usando inovação como ferramenta e gestão orientada a dados como base.

Se sua empresa quiser ir além do óbvio, essas são as lições que vale absorver.