por Trade | fev 1, 2018 | Fusões e Aquisições
- País soma 1096 transações em 2017, alta de 5,69% em relação a 2016
- 483operações revelaram valores que chegaram a R$ 194,93 bilhões, alta de 4,4%
- Investimento de Private Equity e Venture Capital em alta no país
Os anúncios de compra e venda de participação envolvendo empresas brasileiras movimentaram, ao longo de 2017 R$ 194,93 bilhões, o maior valor acumulado desde 2013. De acordo com o Relatório Anual da Transactional Track Record, em parceria com a LexisNexis e TozziniFreire Advogados, foram registradas 1096 transações, de janeiro a dezembro, alta de 5,69% em comparação ao reportado no ano passado. Destas, 483 tiveram seus valores revelados, totalizando um crescimento de 4,4% ante o total de transações de 2016.
Apesar de ter registrado queda de 13%, o segmento de Tecnologia foi o mais ativo do ano, seguindo tendência que se mantêm desde 2014, contabilizando 186 transações no período. Em seguida, aparecem os setores Financeiro e Seguros, 112, e Distribuição e Retail, 103, que apresentaram declínio de 16% e 6%, respectivamente, enquanto o setor Imobiliário foi o de maior crescimento no ano, 48% devido às suas 98 operações.
Private Equity
O volume financeiro das operações de private equity registradas no Brasil em 2017 foi de R$ 20 bilhões, alta de 44% no valor aportado em relação a 2016, apesar de queda de 8% no número de operações registradas, 90.
No subsetor Distribuição e Retail, que lidera os investimentos da modalidade desde 2015, houve redução de 24% no número de transações no ano.
A tendência de investimentos nos subsetores Saúde, Higiene e Estética e Imobiliário permanece – foram os favoritos dos fundos e registraram respectivo crescimento de 71% e 80%. O setor Elétrico também passou a receber mais aportes dos fundos de Private Equity, e cresceu 300% no ano.
Venture Capital
No cenário de venture capital, 2017 foi um período de forte crescimento. Das 181 transações registradas no TTR, 94 revelaram valores que somam 3,07 bilhões de reais, alta de 54% em comparação ao ano precedente. Os investimentos em venture capital em 2017 ultrapassaram os valores investidos no Brasil nos quatro anos antecedentes.
Os subsetores mais atrativo foi Tecnologia, 97 operações registradas e crescimento de 8%. Em seguida, Internet, com 44 deals, mas que fechou o ano com queda de 46%, em um movimento contrário aos subsetores Financeiro e Seguros (25), alta de 108%, e Distribuição e Retail, 69%.
Mercado de Capitais
O mercado de capitais brasileiro voltou a ter um ano expressivo e registrou 11 IPOs em 2017, quase o dobro dos três últimos anos somados, movimentando mais de R$ 20 bilhões. Destaque para a estreia na bolsa da BR Distribuidora, que superou o valor de R$ 5 bilhões, e do Grupo Carrefour Brasil, que chegou a R$ 4,9 bilhões.
As emissões de ações também tiveram um ano positivo, apesar da queda no número de operações em relação a 2016, de 25 para 22, mas que movimentaram R$ 26 bilhões em 2017, mais do que o dobro do ano anterior, R$ 12 bilhões.
Operações cross-border
Os Estados Unidos seguem como o país com o maior número de aquisições no mercado brasileiro, com 87 operações que alcançaram R$ 19 bilhões em investimentos, uma retomada de 3,57% no crescimento em relação ao ano anterior. A segunda posição, em volume total de investimentos, fica com a China, que acumulou R$ 12,2 bilhões em 2017, com destaque para o apetite chinês no setor de energia elétrica.
Em número de operações, França aparece atrás dos EUA, com 21 operações que somaram R$5 bilhões, seguida pelo Reino Unido, 13 transações, em sua maioria de pequeno porte que movimentaram R$ 230 milhões.
Desde 2010, as empresas brasileiras que mais atraem investimentos estrangeiros são as empresas do segmento de Tecnologia e Internet. Em 2017, foram registradas 47 transações, porém com queda de 16,07% em relação ao ano anterior.
O setor de Tecnologia foi aquele que mais recebeu aporte de empresas estrangeiras ao longo do ano. Destaque também para os setores Elétrico e de Consultoria, Auditoria e Engenharia.
No âmbito outbound, destaque para os investimentos de empresas brasileiras realizados nos EUA, 12 operações que juntas somaram R$ 542,29 milhões. A vizinha Argentina também foi alvo dos investidores brasileiros, que aportaram R$ 433,55 milhões em 9 operações.
América Latina
Os resultados de 2017 também consolidam a liderança brasileira no cenário latino-americano de fusões e aquisições. De janeiro a dezembro, foram contabilizadas 752 transações domésticas no mercado nacional, enquanto o México, país que apresentou o segundo melhor resultado no quesito, registrou 116.
Também se destacam os números de aquisições cross-border inbound no país, 236, mais do que o dobro das transações dessa modalidade registradas pelo México (95). Entretanto, o mercado mexicano fechou o período com 61 aquisições cross-border outbound, enquanto o mercado brasileiro encerrou o período com 43.
Ranking Assessores Financeiros e Jurídicos
O ranking do TTR de assessores financeiros por valores das transações chega ao fim de 2017 liderado pelo Banco Itaú BBA, tanto em número de transações, 36, quanto em valor transacionado, R$ 22,5 bilhões. Em segundo lugar aparece o Banco BTG Pactual, R$ 21 bilhões, e, na sequência, Banco Bradesco BBI, R$ 19,7 bilhões.
Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados está no topo do ranking da TTR de operações de fusões e aquisições assessoradas por escritórios de advocacia, por valor total de transações, tendo totalizado R$ 43,1 bilhões. O escritório é líder também por número de operações, 62. Na segunda colocação está o escritório Pinheiro Neto Advogados, R$ 24,4 bilhões, seguido por Barbosa Müssnich, Aragão, 21,3 bilhões.
Fonte: TTR Blog
por Trade | fev 1, 2018 | Fusões e Aquisições
O novíssimo setor de tecnologia para o agronegócio, conhecido como AgTech, entrou de vez no radar do mercado brasileiro em 2017. Se até um ano atrás esse termo estava restrito às rodas da cadeia de inovação agrícola, hoje ele já soa familiar em qualquer conversa de negócios, da mídia aos executivos de empresas de tecnologia, passando por investidores, governos, empreendedores e academia.
Mas o que isso significa de fato? Do ponto de vista de investimentos e novos negócios, o que esperar do mercado AgTech? Começo minha análise com a seguinte avaliação: se 2017 foi o ano em que o Brasil praticamente conheceu esse novo nicho de mercado, 2018 será o ano de investir nas startups agrícolas – brasileiras!
Como investidor de empresas que atua há muitos anos no Brasil, mas com uma conexão profunda com o ecossistema internacional de venture capital, tenho a oportunidade de analisar a evolução dos diferentes mercados, comparando seus pontos fortes e fracos, assim como as características que tornam este ou aquele país mais sedutor para quem deseja investir.
Não tenho dúvidas de que a vocação do Brasil para a agropecuária, aliada a outros fatores que vou comentar mais adiante, tornam o AgTech brasileiro uma opção quente. São pelo menos 8 fatores que me levam a pensar que 2018 será o ano das startups brasileiras de tecnologia para o agronegócio.
Vamos a eles.
1 – Explosão da demanda mundial por alimentos
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) calcula que o mundo terá 9,3 bilhões de habitantes em 2050, dos quais 70% da população em áreas urbanas. Para alimentar esse contingente, será necessário aumentar a produção de alimentos em 70%; a de cereais, especificamente, terá que atingir 3 bilhões de toneladas por ano, superior aos 2,1 bilhões atuais.
O desafio é enorme não apenas pela quantidade, mas pela qualidade dessa produção, que não poderá crescer a qualquer custo. A demanda da sociedade por sustentabilidade exige que o agronegócio cresça com respeito ao meio ambiente e aos recursos naturais. A tecnologia e a inovação são as aliadas para vencer este desafio, abrindo um oceano azul para as startups AgTech.
2 – A força do agronegócio brasileiro
Com uma sequência de anos de vacas magras na economia brasileira, é o agronegócio quem tem carregado o Brasil nas costas. O setor é responsável por 23% do PIB nacional e vem colhendo frutos muito bons. O PIB da agropecuária no terceiro trimestre de 2017, de R$ 70,3 bilhões, foi 9,1% superior ao registrado no mesmo período de 2016. No acumulado dos nove primeiros meses de 2017, a expansão foi de 14,6%.
Já a soma das riquezas do País nem em sonhos passa perto disso. O PIB brasileiro ficou estável entre o segundo e o terceiro trimestres do ano, com uma expansão mínima de 0,1%. Em relação ao terceiro trimestre do ano passado, o crescimento foi de 1,4% e, no acumulado de 2017, alcançou expansão de apenas 0,6%. Como comparação, a indústria cresceu 0,8% no período e o setor de serviços 0,6%.
Esses números mostram um agronegócio pujante, criando a base para mais investimentos em tecnologia e inovação. Ainda assim, trata-se de um potencial pouco aproveitado pelas companhias de venture capital. Contam-se nos dedos as gestoras e investidores do setor, o que indica um potencial enorme para os próximos anos.
3 – Centro de excelência em pesquisas agrárias
O agronegócio brasileiro tem histórico de inovação. Exemplo disso é a revolução agrícola liderada pela Embrapa a partir da década de 1970, que tornou o Brasil um dos líderes mundiais em tecnologias para a agricultura tropical. Com pesquisa de vanguarda, o País deixou para trás uma situação de insegurança alimentar e passou a ser um dos principais produtores de alimentos do mundo – só para dar um exemplo, hoje somos o segundo maior produtor e exportador de soja.
Essas conquistas se devem também aos diversos centros de excelência acadêmica em agro e tecnologia espalhados pelo País. A começar pela Esalq, de Piracicaba – que faz parte da USP -, eleita em 2016 a quinta melhor universidade do mundo em ciências agrárias no ranking da editora U.S News and World Report.
Além dela, podemos citar o complexo USP de maneira geral, que engloba também os campi de Pirassununga e Ribeirão Preto, Unesp (Botucatu e Jaboticabal), Unicamp, as universidades federal de Viçosa, Lavras e Santa Catarina, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais ( INPE).
4 – Sólido ecossistema de agronegócio
O Brasil não se tornou uma potência agrícola por acaso. Além da vocação para agropecuária e a tradição de pesquisa no setor, temos um mercado forte e bem estruturado. As principais multinacionais do agronegócio estão aqui, como as do setor químico, maquinários, sementes e fornecedores de insumos em geral. O quadro se completa com a presença de companhias internacionais de alimentos e os grandes produtores rurais.
5 – Estágio de tecnologia
A onda AgTech no Brasil só é possível porque hoje a Internet exibe um bom grau de maturidade e há tecnologia disponível para uma série de produtos e serviços agrícolas. Dados do NIC.br, o braço executivo do Comitê Gestor da Internet, mostram que a Internet brasileira alcança 61% das pessoas com mais de 10 anos, o equivalente a 107,9 milhões de usuários.
O desafio a ser vencido é melhorar a conexão nas áreas rurais – 65% das pessoas que vivem nas cidades navegam na rede, enquanto no campo o índice cai para 39%. A boa notícia é que, se a infraestrutura ainda é falha, a barreira cultural está sendo superada.
Um estudo feito pela agência HYP Digital mostra que, de 10 produtores rurais brasileiros, 7 acessam a internet; e o smartphone é o principal meio para isso. Além disso, os agricultores estão nas redes sociais: 97% usam o WhatsApp e 97% têm conta no Facebook.
Em relação à tecnologia, recursos como Inteligência Artificial, Internet das Coisas, computação em nuvem, sensores de monitoramento e rastreamento hoje possibilitam às startups levar ao produtor rural uma série de serviços que há pouco tempo seriam impensáveis.
6 – Agricultura tropical e concorrência estrangeira
A agricultura tropical serve de barreira de entrada para concorrentes estrangeiros que pretendem atuar no Brasil, proporcionando uma vantagem competitiva para as startups agrícolas brasileiras. Isso porque AgTechs americanas ou europeias desenvolvem suas soluções pensando na agricultura de clima temperado. Não dá para simplesmente replicar aqui suas tecnologias, como acontece em setores da economia.
O chamado copycat, jargão do mercado digital para startups que copiam modelos consagrados em outros países, não cola na agricultura. Por isso, as startups AgTech internacionais têm muitas dificuldades para ingressar no Brasil. Condições climáticas e de solo diferentes exigem soluções diferentes; e ninguém conhece melhor a agricultura tropical do que as AgTechs nacionais.
De quebra, os empreendedores brasileiros contam com uma vantagem competitiva global, estando melhor posicionados para conquistar outros mercados de agricultura tropical, como América Latina, África e Sudeste Asiático.
O mercado de AgTech nacional já tem algumas representantes de peso, como a Spec Solo, que usa tecnologia de espectroscopia e inteligência artificial, desenvolvida em conjunto com a Embrapa Solos (RJ), para revolucionar a forma como a análise de solo é conduzida em solos tropicais; a Agronow, que processa imagens de satélite e radar com algoritmos de inteligência artificial para inferir produtividade e risco de safra agrícola; e a Aegro, sistema de gestão e manejo agrícola, desenvolvido por cientistas da computação e agrônomos de UFRGS, que oferece uma ferramenta de gestão de fazenda sofisticada a preços acessíveis para o pequeno e médio produtor.
7 – Democratização da tecnologia
Inovação não é uma novidade no agronegócio nacional, conforme já falamos. O que há de novo nessa história é que o digital está democratizando o acesso à tecnologia pelo pequeno produtor rural. Se antes apenas as grandes propriedades rurais tinham condições técnicas e financeiras para implantar sistemas complexos, como mecanização de lavouras, hoje agricultores menores também podem contar com diferentes serviços digitais, prestados por startups, que cabem no bolso.
Existem aplicativos para monitoramento de fazendas, previsão de safra e softwares de gestão com assinaturas mensais na casa de poucas centenas de reais. Esse processo ainda está no início. A tendência é que os serviços de tecnologia se tornem ainda mais acessíveis no curto espaço de tempo, atraindo mais produtores rurais como clientes e ampliando o mercado para as startups.
8 – Maior probabilidade de “saídas”
Todo investidor que aposta numa startup espera, em algum momento, concretizar uma boa “saída”, ou seja, vender sua participação por um valor muito maior que o investido. Nas demais áreas, como comércio eletrônico ou aplicativos de tecnologia, a probabilidade de retornos elevados é pequena. Quando pensamos no agronegócio, a história é diferente. É um dos principais setores da economia global. E o Brasil é protagonista nesse campo.
As startups nacionais que se destacarem, conquistarem mercados e estiverem na vanguarda tecnológica estarão naturalmente credenciadas aos olhos dos principais fundos de investimento do mundo, que começam a olhar o AgTech brasileiro com atenção.
O setor, aliás, já gerou seu primeiro unicórnio, a Climate Corp, empresa de análise e gerenciamento de risco comprada pela Monsanto por US$ 930 milhões. Nos últimos meses, várias outras aquisições foram anunciadas, como a compra da Blue River pela John Deere e da Granular pela Duponte, ambas por US$ 300 milhões cada.
É por essas e outras que não tenho dúvidas de que os Facebooks, Googles e Amazons brasileiros já estão entre nós, sujando a botina em fazendas espalhadas em diferentes cantos do Brasil. É só uma questão de tempo para que esse nerds do campo se agigantem e coloquem o País na rota dos grandesdeals internacionais.
Francisco Jardim é sócio da gestora de investimentos SP Ventures
Fonte: Istoé Dinheiro
por Trade | fev 1, 2018 | Fusões e Aquisições
Foto: Salmen, sócio-fundador da Méliuz, diz que a Subway já contratou o serviço
A Méliuz, fundada há seis anos por Israel Salmen e Ofli Guimarães, oferece um serviço atraente: parte do que você gasta na compra de uma variedade de produtos é depositado de volta na sua conta
corrente – um negócio conhecido como “cashback”. Na internet, ela já tem clientes de grande porte como Amazon, Submarino, Walmart e Latam, entremuitas outras. Agora, Salmen e Guimarães tentam ganhar espaço no varejo tradicional.
“A gente começou a olhar para o mercado físico como um caminho para a expansão”, disse Salmen, um economista de 29 anos que falou ao Valor na sede da Méliuz em Belo Horizonte. Para oferecer o serviço em restaurantes, bares e lanchonetes de São Paulo, Rio e Belo Horizonte, a Méliuz fez um etapa de testes entre março e julho do ano passado. “Nossa meta é ter parcerias com dois mil desses estabelecimentos em 2018”, disse. Por ora ele revela só um nome que já contratou o serviço: a rede americana de lanchonetes Subway.
Salmen e Guimarães fizeram sua primeira investida em lojas físicas no ano passado. Foi numa rede de supermercados no sul de Minas Gerais, a GF. Hoje a Méliuz está em uma das principais redes de supermercados de Belo Horizonte, o Verdemar; no mercado Alvorada, do interior de Minas; e na rede de farmácias Drogafuji, de Brasília. “Também queremos ter parcerias com supermercados em São Paulo e Rio”, diz o empresário.
O e-commerce continua sendo o carro-chefe da empresa, que diz ter 3,5 milhões de cadastrados em seu site, mas não diz quantos desses realmente compram usando o serviço de ‘cashback’. “Em 2017 eles gastaram R$ 1,5 bilhão em nossos parceiros, bem mais do que em 2016”. O faturamento também é mantido em segredo. Segundo Salmen, desde 2013 a empresa fecha no azul e já devolveu R$ 46 milhões para os usuários. A expectativa é de mais crescimento em 2018.
Além dos dois fundadores, a empresa tem como sócios investidores o Lumia Capital, fundo de San Francisco (EUA); o fundo brasileiro Monashees; a Endeavor Catalist; e o investidor francês Fabrice Grinda, fundador da OLX, varejista on-line de produtos usados.
O negócio de Salmen e Guimarães parte de uma ideia simples. Grandes empresas do varejo sempre buscam novas formas de promover seus produtos. Uma delas é usar sites que oferecem diversas marcas de produtos e serviços e que ajudam o consumidor a fazer suas escolhas. O site da Méliuz é um deles. “Somos um canal de vendas”, define Salmen.
As empresas pagam para aparecer em sites como o da Méliuz. Antes do Natal, por exemplo, uma compra pelo site de eletrodomésticos do Walmart no valor de R$ 100 rendia R$ 0,25 (ou 2,5%) ao consumidor em “cashback”. Livros e CDs na Amazon rendiam 4%; no Boticário, 5%; e na rede de calçados Shoestock, 8,5%. Funciona assim: depois que o consumidor faz o pagamento, as empresas parceiras pagam uma comissão à Méliuz, que usa parte desse valor para fazer o “cashback”. O valor é depositado na conta corrente do consumidor quando ele acumula R$ 20 em créditos. No comércio físico, o cliente precisa informar que é cadastrado na Méliuz antes de pagar.
“Clientes já tomam decisão de compra baseada no ‘cashback’, as empresas ganham ‘share’, aumentam suas vendas e conseguem estimular vendas que não aconteceriam”, diz Salmen.
O Méliuz disputa espaço no Brasil principalmente com comparadores de preço, com sites de pontos que dão descontos em compras e outras empresas menores de ‘cashback’. Buscapé, Dotz e o novato Be Blue estão entre os que disputam mercado com a companhia de Salmen e Guimarães.
Nos EUA, o E-bates é um dos sites que estão no mercado do ‘cashback’. No Reino Unido, o Quidco.
Fonte: Valor Econômico
por Trade | fev 1, 2018 | Fusões e Aquisições
Uma gestão de custos de qualidade é onde começa seu sucesso financeiro!
É muito importante que o empreendedor conheça o próprio negócio para não deixar, nas mãos de terceiros, cuidados essenciais como uma boa gestão de custos. O conhecimento do assunto auxilia o proprietário do negócio a ter uma boa gestão financeira, administrar e controlar os custos gerados na produção e comercialização de serviços ou produtos.
O preço final de um serviço prestado ou produto vendido depende do quanto é investido para que ele exista. Quando não tem uma gestão de custos eficaz, a empresa pode cobrar valores que não condizem com a realidade, podendo prejudicar margens de lucro, volume de vendas ou o andamento geral do negócio.
Como detalhar os custos do empreendimento?
Primeiramente, é preciso ter em mente que os custos se dividem em variáveis e fixos.
Os fixos são aqueles gastos rotineiros, como pagamento de contas, fornecedores, funcionários, aluguel, entre outros.
Os custos variáveis correspondem a tudo o que é gasto para produzir ou comercializar o seu produto ou serviço, como por exemplo, os impostos sobre mercadoria e comissão de vendedores.
Procure fazer um registro de todos os gastos, para que seja possível identificar investimentos desnecessários e outros que mereçam uma atenção especial, por resultarem em maior qualidade ou volume de vendas, por exemplo. Estabelecer um calendário ou tabela de metas mensais ajuda a controlar os gastos, tanto fixos quanto variáveis.
O controle de gastos é essencial para fornecer as informações necessárias sobre a rentabilidade e desempenho das atividades da empresa. Além disso, essa gestão auxilia o planejamento, controle e desenvolvimento das diversas operações da empresa.
O que é uma boa gestão de custos?
Sem dúvidas, ter um controle de custos eficiente se tornou uma medida certa para a manutenção da saúde organizacional de uma empresa. Quando mal feito, invariavelmente interfere nos resultados planejados e implica em possível queda de produtividade. Mas, afinal, como podemos medir se estamos executando uma gestão eficaz?
Um bom controle depende de disciplina. Se sua equipe de gestão tiver a capacidade de analisar constantemente os procedimentos financeiros, detalhá-los em planilhas e registros organizados e souber pescar oportunidades de investimentos para que sua empresa possa crescer de forma sustentável, podemos chegar à conclusão que sua empresa está realizando um controle de qualidade.
De qualquer forma, o aconselhável para um bom início é seguir as regras básicas de organização e análise. Se seguidos com qualidade, o caminho mais provável será o de desenvolvimento e capacidade de gerir os números de sua empresa.
Controlando e analisando, sua empresa só tem a ganhar
Se a sua empresa investir em gestão de custos eficaz, provavelmente gastará menos e lucrará mais. Com os dados obtidos durante esse levantamento rotineiro, é possível conseguir informações valiosas que influenciarão diretamente na tomada de decisões. Não importa o valor, vale registrar tudo o que entra e sai da empresa. Assim, fica mais fácil atingir o crescimento almejado.
Fonte: Endeavor Brasil
por Trade | fev 1, 2018 | Fusões e Aquisições
Como princípio deveríamos calcular o valor das startups da mesma forma como calculamos o valor das empresa maduras. Contudo, a valoração é mais difícil pela maior incerteza com relação ao seu futuro.
Há risco de startups não conseguirem iniciar suas operações ou de não se desenvolverem. Seus modelos de negócios podem ser copiados ou mesmo não atraírem pessoas e clientes. As incertezas são diversas e tendem a estar associadas a mudanças de mercado ou mesmo à reação de concorrentes.
Apesar de usarmos matemática para calcularmos o valor das companhias, grande parte do processo esta relacionado à imaginação. Calculamos o valor das companhias imaginando como será o seu futuro em termos de geração de caixa.
Quando possuímos um histórico ou um comparativo é mais fácil para imaginarmos o que pode acontecer. Porém, valuation (avaliação de empresas) é baseada em uma percepção de futuro, ou seja, não se pode afirmar o que efetivamente vai acontecer.
Sendo assim, como há risco daquilo que imaginarmos para o futuro não acontecer, não há como afirmarmos com certeza quanto uma empresa realmente vale.
UM DOS MAIORES MITOS EM RELAÇÃO À VALUATION É O DE QUE HÁ UM VALOR JUSTO PARA AS EMPRESAS.
Valor justo não existe, é uma ilusão pois valuation não é uma ferramenta de precisão. O que calculamos é um valor baseado em nossas próprias percepções de futuro em relação à companhia.
Como percepção é algo muito particular, cada um pode perceber um valor diferente e propor um preço que muitas vezes não atende o valor que imaginamos.
Mas para que serve valuation? Geralmente as pessoas acreditam que seu objetivo é exclusivamente o de calcular o valor. O real objetivo deveria ser o de calcularmos um intervalo de valor que estaríamos dispostos a negociar nossa companhia. Utilizamos esta ferramenta geralmente quando queremos captar dinheiro de investidores ou mesmo quando queremos vender nossos ativos.
Companhias valem pela sua capacidade de gerar caixa e não pelo valor do seu patrimônio. Basicamente queremos saber quanto uma empresa vale hoje baseado em como se desenvolverá no futuro. Quanto maior for o seu potencial de geração de caixa e menor os riscos envolvidos, maior é o seu valor.
O valor muda com frequência, seja a cada evolução operacional, mudança de mercado ou pelo lançamento de um novo projeto, mesmo que este seja apenas uma ideia.
Quanto maior o crescimento percebido, maior o valor das companhias. Quem cresce mais, vale mais. Geralmente o crescimento está relacionado à capacidade das companhias de se diferenciarem e de manterem seu nível de competitividade.
Os métodos para avaliação de empresas geralmente utilizam conceitos de matemática, contabilidade e finanças, o que nos faz inferir que são totalmente quantitativos e que bastam apenas números para calcularmos os valores. Entretanto, este é mais um mito sobre valuation, pois apesar de a maioria dos modelos serem quantitativos, a decisão de investimentos pode ser em grande parte qualitativa e principalmente relacionada aos riscos envolvidos no seu desenvolvimento.
Investidores costumam dizer que avaliar companhias em estágio inicial é parte ciência e parte arte. A arte de calcularmos o valor das empresas está em como determinamos as premissas que usaremos nos modelos matemáticos, sendo que estas premissas podem ser quantitativas, qualitativas e até subjetivas. Evidentemente que todas devem se refletir em números. Contudo, como explicar as premissas de forma realista é das questões mais importantes e fator crítico para a qualidade do valuation.
Há diversos modelos de avaliação, quantitativos e qualitativos, contudo nenhum deles é perfeito para avaliarmos companhias startup, assim, eles podem ser complementares na análise. Para se avaliar empresas startup, a combinação de modelos pode trazer importante visão, não somente de valor, mas principalmente dos riscos.
O modelo do fluxo de caixa descontado é dos modelos quantitativos mais utilizados e eficazes para a avaliação de empresas. Consiste em calcular o valor presente de um fluxo de caixa projetado de uma companhia, considerando todo o seu potencial de crescimento.
O processo de análise começa com a formação de uma história que descreve como a companhia se desenvolverá. Para isso, é importante uma visão sobre o que esta companhia já realizou e como ela está inserida dentro de sua arena competitiva. A história deve conter um cenário de desenvolvimento que considera seus principais direcionadores de valor, ou seja, quais os aspectos e premissas mais importantes que vão determinar o seu desenvolvimento ao longo dos anos.
Com o cenário de desenvolvimento desenhado, monta-se uma projeção de resultados e de fluxos de caixa futuros da companhia que será descontado por uma taxa que represente o seu custo do capital. Esta taxa de desconto reflete o custo que os investidores e financiadores cobrarão da companhia em função do seu risco. Companhias menos arriscadas requerem menores taxas de desconto.
Há diversos desafios a serem superados para uma boa avaliação de empresas startup. Conseguir informações confiáveis e estimar taxa de crescimento, tamanho de mercado, taxa de desconto e a margem operacional, são alguns dos desafios a se superar, o que pode inclusive determinar a qualidade da avaliação.
Muitos acham que o valor das startups não está principalmente associado aos seus resultados, mas à sua capacidade de crescer aceleradamente. Cuidado. Sem resultados no curto prazo, dificilmente as empresas conseguirão atingir a maturidade.
COMEÇAR UMA COMPANHIA NUM SETOR DE ALTO POTENCIAL É IMPORTANTÍSSIMO PARA ATRAIR INVESTIDORES, PORÉM NÃO SE ILUDA SOMENTE COM O ENORME VALOR QUE AS PROJEÇÕES PODEM APRESENTAR.
Procure justificar como a empresa executará seu plano de negócios para realmente conseguir criar todo o valor que a avaliação apresentou. Lembre-se: a arte de avaliar bem as companhias está no potencial de imaginarmos o seu futuro, mas é imprescindível que nossa imaginação também preveja uma argumentação consistente, especialmente em relação às premissas utilizadas.
Por Ricardo Mollo
por Trade | out 3, 2017 | Fusões e Aquisições
Os herdeiros do falecido fundador do grupo de saúde Amil, Edson de Godoy Bueno, estão em negociações com a gigante americana UnitedHealth para vender os 10% de participação remanescentes da família no grupo e pelo menos cinco hospitais da rede Ímpar, controlada pela família, de acordo com uma pessoa a par das negociações. O valor total do negócio poderia movimentar até R$ 7 bilhões, segundo a mesma pessoa.
Os hospitais que estariam sendo negociados são 9 de julho e Santa Paula, em São Paulo; São Lucas, na cidade do Rio de Janeiro, e Complexo Hospitalar de Niterói, no município de mesmo nome, ambos no Estado do Rio; e Hospital e Maternidade Brasília, no Distrito Federal (DF). Procuradas, as assessorias da família Bueno, da Amil e da UnitedHealth Group Brasil informaram que não comentam especulações de mercado.
Em 2012, Bueno e a exmulher, Dulce Pugliese, que mesmo separada nunca deixou de ser sócia dele nos negócios, venderam 90% do capital do grupo Amil para a UnitedHealth por US$ 4,9 bilhões, ou cerca de R$ 10 bilhões. O negócio completa cinco anos neste mês. O Valor apurou que no contrato estabelecido há cinco anos foi colocada uma “escrow account”, ou contagarantia. Pelo mecanismo utilizado em aquisições, parte do investimento, ou do ativo a ser negociado, fica retido por determinado período, sem possibilidade de ser transacionado, como garantia para possíveis passivos
que poderiam surgir nos anos seguintes à concretização do negócio.
No caso da venda do grupo Amil, as partes decidiram que 10% da empresa ficaria de fora das mãos dos americanos, sob a classificação de “escrow account”, pelo período de cinco anos, prazo que está se encerrando. “Estão negociando agora para saber qual o valor [dos 10%], analisando o balanço, as receitas que entraram e que saíram, para assim estabelecer [o preço]”, disse essa pessoa que acompanha o assunto.
Como o grupo Amil foi vendido por cerca de R$ 10 bilhões, a parcela restante poderia ser negociada por entre R$ 600 milhões e R$ 1 bilhão. A família quer, também, vender hospitais que fazem parte da rede Ímpar, ainda controlada pelos Bueno. As unidades, juntas, poderiam ser vendidas por R$ 6 bilhões.
Com a venda da parcela de 10%, a família Bueno sairia completamente dos negócios do grupo Amil no Brasil. Bueno morreu em fevereiro deste ano, aos 73 anos, vítima de um infarto ocorrido durante um jogo de tênis em sua casa de veraneio em Armação dos Búzios (RJ). A Amil começou como um plano de saúde, com atuação restrita a um hospital no município de Duque de Caxias, na baixada fluminense. Na época da morte do empresário, o grupo contabilizava 6,2 milhões de beneficiários, com 1,8 mil hospitais credenciados, 12 unidades próprias e 368,8 mil empresas clientes.
A UnitedHealth é um dos maiores grupos empresariais dos Estados Unidos, com valor de mercado próximo de US$ 190 bilhões. No Brasil, comanda três unidades de negócios distintas. Além da operadora de planos de saúde (Amil), atua nos segmentos de serviços médicoshospitalares (Americas Serviços Médicos) e tecnologia aplicada à saúde (Optum).
Fonte: Valor Econômico