O mercado de Fusões e Aquisições (M&A) do Brasil tem crescido bastante nos últimos 10 anos, apesar de um desaquecimento recente em função da crise macroeconômica e política. Segundo recente pesquisa da KPMG o Brasil, mesmo com a desaceleração da economia, as dificuldades de infraestrutura e investimentos, é um dos principais destinos de investimentos no mundo, tendo 20% das intenções dos investidores internacionais.

O que tem chamado à atenção do mercado de compra e venda de participação de companhias é o volume de operações de Fusões e Aquisições das empresas de pequeno e médio porte. O crescimento médio do número de operações nestes segmentos tem sido acima de 25%   desde 2011 segundo a PwC do Brasil. Outro fator relevante é a mudança do perfil do investidor, que se torna cada dia mais seletivo, exigindo das empresas postulantes   a venda de participação um alto grau de preparação e profissionalismo, o que podemos dizer que não é uma das maiores qualidades das organizações de menor porte.

Esse novo cenário tem provocado grandes mudanças nas empresas com esse perfil, que até pouco tempo atrás, não sonhavam em participar de processos de compra e venda de participação em empresas e, muito menos, estavam preparadas para receber investimentos, ter um novo sócio e capitalizar o negócio através de fontes alternativas de recursos financeiros.

O conceito clássico de Fusão e Aquisição é operação econômica nas quais duas ou mais empresas se juntam ou a compra total ou parcial do capital de uma empresa por outra. Numa visão mais abrangente, Fusão e Aquisição é estratégia, é planejamento.  Isso pode ser visto claramente em pesquisa da Delloite realizada com mais de 200 empresas que participaram de processos de fusão, compra e venda. Os principais objetivos destas empresas nestas operações de M&A foram:

  • Ampliação de portfólio de produtos e serviços;
  • Aumento de Market share;
  • Acesso a novos mercados;
  • Entrada mais rápida no país;
  • Aumento da capacidade de produção e atendimento;
  • Capitalização e financiamento do crescimento;
  • Acesso a novas tecnologias.

Com isso, Fusão & Aquisição é um instrumento de gestão estratégica que ajuda as empresas a crescerem, a se tornarem mais competitivas, a melhorarem a eficiência e desempenho, a otimizarem seus lucros, ou até mesmo, a sobrevivem no mercado em que atuam.

Toda empresa deve estar preparada para esse momento, pois é certo que ele chegará, e poderá ser uma grande oportunidade, ou por outro lado, uma grande ameaça, para aquelas empresas que não fizeram a lição de casa, pois não terão respostas para algumas perguntas, tais como:

  • Você já pensou em vender o seu negócio?
  • Sua empresa consegue viabilizar os projetos de crescimento sozinha?
  • Já analisou se é interessante se associar a um concorrente?
  • Qual o valor da sua empresa? Vale a pena vendê-la?

Na verdade, a maioria das empresas de pequeno e médio porte, não está preparada para receber investimentos e absorver as oportunidades do mercado. O processo de compra e venda e de fusão exige planejamento, investimento, muito profissionalismo e tempo para que os resultados sejam interessantes e alinhados aos objetivos da organização, caso contrário pode ser uma grande frustração. Por isso é fundamental que os empresários trabalhem o conceito de Fusão e Aquisição com visão estratégica e de forma bastante profissional, pois, são muitas etapas e ações que devem ser realizadas para se concluir uma operação de sucesso. O caminho mais seguro, rápido e recomendável é contratar uma assessoria nessa área que trará expertise, conhecimento, credibilidade e segurança, além de agregar valor aos resultados.

As principais etapas de um processo de Fusão e Aquisição são:

  • Diagnóstico estratégico;
  • Planejamento e alinhamento estratégico, neste momento, por exemplo, é que se define o perfil ideal do futuro sócio (se é um fundo de investimento, um player de mercado, se o mais importante são recursos financeiros, know how, etc.);
  • Plano de Negócios com visão de médio e longo prazo;
  • Valuation – valor justo da empresa;
  • Preparação das informações e organização interna da empresa;
  • Material comercial e de apresentação: Teaser, selling book e sumário executivo;
  • Mapeamento do mercado nacional e internacional, sondagem e abordagem de interessados;
  • Negociação com potenciais investidores;
  • Acompanhamento do processo de due dillinge até o fechamento do negócio.

Como pode ser visto é um longo caminho a ser trilhado, e a pergunta que se faz ao empresário é: Sua empresa está preparada?  Para sobreviver, para receber um novo sócio, para ser VENDIDA, para adquirir participação de outro negócio, para uma oportunidade de M&A e investimento.

Por tudo, é imprescindível começar a refletir e a agir, pois não tenha dúvidas que mais cedo ou mais tarde, você vai precisar de um investidor, ou este investidor poderá bater na sua porta, e não se surpreenda, se ele for o seu principal concorrente.

Autor: Marco Aurélio Rodrigues