Em junho de 2025, o Congresso Nacional derrubou a medida que previa o aumento do IOF, o Imposto sobre Operações Financeiras. Esse tributo é aplicado sobre transações como empréstimos, operações de câmbio, aplicações financeiras e seguros. Na prática, qualquer movimentação financeira feita por pessoas ou empresas pode estar sujeita a esse imposto. Por isso, mudanças nas alíquotas do IOF afetam diretamente o custo do dinheiro: encarecem financiamentos, reduzem a atratividade de investimentos e impactam o planejamento financeiro das empresas. Mesmo que o aumento não tenha sido aprovado, o simples anúncio da proposta já foi suficiente para gerar instabilidade e forçar ajustes em análises e projeções de curto prazo.

Situações como essa reforçam a importância de uma gestão empresarial que vá além do controle operacional do dia a dia. Ter um planejamento estratégico robusto, com a capacidade de reagir rapidamente a variações de cenário, é um diferencial para empresas que desejam manter competitividade em um mercado instável. A gestão de crise, nesse contexto, deixa de ser uma ferramenta pontual e passa a fazer parte da estrutura de governança necessária para sustentar decisões bem embasadas, mesmo diante de incertezas externas.

Não se trata de prever todas as mudanças, mas de reconhecer que elas fazem parte da rotina empresarial. Um decreto, uma votação ou uma mudança na legislação pode afetar diretamente o custo de operação, as projeções financeiras e até o comportamento dos consumidores. Empresas preparadas são aquelas que acompanham os movimentos do ambiente externo com atenção, têm clareza sobre seus pontos de vulnerabilidade e operam com alternativas previamente estudadas.

Essa atenção ao cenário externo precisa estar integrada à cultura de gestão. Isso significa revisar periodicamente os planos, criar simulações com base em possíveis variações fiscais ou econômicas e manter a liderança capacitada para tomar decisões com agilidade e segurança. A resposta eficaz a mudanças de contexto começa com a estrutura: uma empresa que se organiza para lidar com o imprevisto sofre menos impactos quando ele acontece.

O episódio envolvendo o IOF mostra, na prática, como a gestão empresarial não pode se restringir ao controle interno. A solidez de uma organização passa pela sua capacidade de acompanhar o ambiente ao redor, entender como ele interfere nos seus resultados e reagir com inteligência. Em um mercado cada vez mais dinâmico e exposto a fatores externos, a gestão estratégica deixa de ser um diferencial e passa a ser condição básica para a continuidade dos negócios.