Preço da ação ficou em R$ 19 na operação de abertura de capital da rede de laboratórios mineira

O laboratório Hermes Pardini movimentou R$ 877,7 milhões em sua abertura de capital, marcando a segunda oferta inicial (IPO, na sigla em inglês) de ações da BM&FBovespa na semana, após a operação da locadora de automóveis Movida.

As ações da Hermes Pardini serão negociadas no Novo Mercado ­ segmento que exige o cumprimento mais restritivo de regras de governança ­ e deverão estrear oficialmente no pregão da bolsa na terça-­feira.

Ao contrário da Movida, que teve de reduzir o preço inicial para conseguir viabilizar o IPO, o Hermes Pardini conseguiu precificar sua ação em R$ 19, valor pouco acima do piso proposto A demanda superou a oferta de papéis em três vezes, de acordo com fontes de mercado. Os investidores locais dominaram cerca de 80% das ordens.

Ainda segundo fontes, a estratégia dos bancos não foi forçar o preço para cima e evitar que as ações passassem por um forte recuo logo após o IPO, como ocorreu com a Alliar, de diagnósticos de imagem, que acumula queda de 8,6% desde sua estreia, em outubro de 2016.

O valor total da operação indica que saíram os lotes adicional e do suplementar. Do total movimentado na oferta da Hermes Pardini, R$ 187,3 milhões correspondem à oferta primária, ou seja, o total vai para o caixa da empresa. A oferta secundária movimentou R$ 690,4 milhões, que deverão ir para o bolso dos acionistas vendedores.

Entre os acionistas vendedores no IPO estão os sócios da família fundadora, incluindo Victor Cavalcanti Pardini, Regina Pardini e Áurea Pardini, que detinham, até a realização do IPO, cerca de 70% da empresa. A operação, aliás, pode pôr fim a uma briga societária entre os três irmãos, dizem fontes. O restante da empresa estava com o fundo de private equity Gávea, de Armínio Fraga, que investiu no negócio em 2011.

Otimismo e cautela ­ Para fontes de mercado, os diferentes resultados dos IPOs e da oferta subsequente da concessionária CCR na semana são um “aperitivo” do apetite dos investidores para o restante do ano. Embora o consenso seja de um ano mais movimentado do que 2016 ­ quando houve apenas uma abertura de capital ­, não haverá situações de euforia já vistas no passado.

O recado parece estar claro: tudo vai depender de cada companhia. Empresas já testadas que fazem “follow on” ­ caso da CCR, que movimentou R$ 4 bilhões ­ tendem a ter boa procura.

O presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, calcula que, juntas, as ofertas iniciais e as subsequentes possam somar R$ 25 bilhões este ano. Segundo o executivo, 17 empresas estão na fila para pedir registro e fazer emissões de ações. Até aqui, as ofertas de 2017 já somam cerca de R$ 5,6 bilhões.

Fonte: Diário do Comércio