Axial inaugura mega unidade de R$ 20 milhões
Foto: Localizada no Funcionários, região entro-Sul, mega unidade te cinco andares (Axial Medicina Diagnóstica/Divulgação)
Entre eles, a abertura de uma mega unidade, no bairro Funcionários, na região Centro Sul da Capital. O empreendimento, que demandou investimento de R$ 20 milhões entre obras e aquisição de equipamentos, tem 3,2 mil metros quadrados, distribuídos em cinco andares, e terá capacidade para realizar até 7 mil atendimentos por mês. Atualmente, a empresa realiza mais de 45 mil exames mensais e, com a nova unidade, a previsão é de aumentar a capacidade de atendimento em 15%.
De acordo com Roberto Kalil, diretor de Marketing e Comercial da Alliar, grupo ao qual pertence a Axial Medicina Diagnóstica, a mega unidade é um conceito desenvolvido em São Paulo, que se pauta pela comodidade, oferecendo todos os exames em um lugar só.
“Essa é uma tendência de mercado e que queremos levar para todas as capitais onde estamos presentes. Belo Horizonte se mostrou muito importante e tínhamos a necessidade de criarmos
algo novo. Demoramos bastante tempo analisando a cidade, buscando o melhor ponto e um imóvel que atendesse às especificações. Optamos pelo prédio da avenida Bernardo Monteiro,
mantendo a operação no nosso endereço mais conhecido”, explica Kalil.
Na unidade, os clientes podem realizar exames de ressonância magnética, tomografia computadorizada, ultrassonografia, duplex, biópsias, mamografia, radiografia digital e densitometria óssea, além de todas as rotinas de análises clínicas e testes cardiológicos e esportivos, incluindo ergoespirometria, testes ergométricos, Mapa, holter e bioimpedância.
Especialmente para as mulheres foi desenvolvido um espaço que garante mais conforto e privacidade. Outra característica inovadora é uma sala de transmissão para os exames obstétricos, que permite à gestante acompanhar, por meio de um telão instalado na sala de exames, todas as reações e emoções da família durante a realização da ultrassonografia. “Todo mundo que procura atendimento médico está, de alguma forma, fragilizado. O conceito da mega unidade vem para atender essa característica, aliando tecnologia, comodidade, conforto e atendimento humanizado. É nossa obrigação fazer com que o paciente se sinta bem em um ambiente o mais agradável que possamos proporcionar”, afirma o diretor de Marketing e Comercial da Alliar.
Outra novidade é o Command Center, uma estrutura centralizada composta por biomédicos e tecnólogos, que vão acompanhar a operação dos equipamentos de ressonância magnética, a
partir de uma central localizada na unidade. Isso vai garantir que todos os exames sejam feitos segundo protocolos específicos e sob um rigoroso padrão de qualidade, permitindo que os
médicos possam acompanhar com o maior nível de detalhamento possível as imagens obtidas.
O novo centro de atendimento pode gerar até 300 novos postos de trabalho. A expectativa é que provoque impacto, inclusive, sobre o movimento na região e no comércio do entorno. Toda a
tecnologia que chega à cidade a partir da iniciativa é outro ponto que merece avaliação.
“Um empreendimento desse porte tem outros impactos sobre a cidade além da sua primeira finalidade. Trouxemos equipamentos inovadores, que exigem mão de obra qualificada que traz
consigo uma série de conhecimentos que passa a ser compartilhada com a comunidade. Também é possível que este centro diagnóstico contribua para o fortalecimento do polo médico
já existente em Belo Horizonte, atraindo pacientes e profissionais para a cidade”, completa o executivo.
Fonte: Diário do Comércio
Mudando sempre, por Luiza Helena Trajano (Magazine Luiza)
Em 60 anos, a receita para criar uma empresa duradoura e inovadora não mudou: manter a inconformação desde o primeiro dia e mudar sempre.
Em março, o Magazine Luiza realizou sua convenção de líderes, com mais de 1.500 pessoas de 16 Estados. No evento, também abrimos as comemorações dos 60 anos da empresa, e o tema não poderia ser mais propício: “O que muda é que a gente sempre muda”.
Olhando o passado e o estágio atual da empresa, acredito que esse sempre foi um diferencial no Magazine Luiza. Ou seja, ficarmos inconformados mesmo nos momentos em que estamos indo muito bem, com o objetivo de não nos acomodarmos.
Logo após assumir a superintendência do Magazine Luiza, em 1991, comecei a receber pedidos de inúmeros prefeitos do interior, pois uma grande rede varejista estava fechando lojas em cidades pequenas. Na época, éramos uma rede regional, e a lógica seria somente agradecer a procura e não atender aos pedidos, pois não tínhamos investimentos que possibilitassem sequer pensar no assunto.
Aí entra o inconformismo. Decidimos tentar achar uma equação para resolver o problema e formamos uma equipe bem diversa para pensar como podíamos aproveitar aquela oportunidade. Dessas reuniões, formatamos a Loja Eletrônica Luiza, que era uma loja física pequena, sem produtos, e as vendas eram realizadas com o vendedor mostrando aos clientes cartazes, catálogos e imagens por meio de fitas VHS. Era o começo da década de 90 e não existia internet. Computadores também eram raríssimos.
Com isso, antecipamos a fórmula de vendas em que o cliente não toca no produto e ganhamos incrível experiência no assunto, muito antes das vendas via internet. Seria novamente cômodo ficarmos comemorando o sucesso que alcançamos e estacionarmos, mas a Loja Eletrônica evoluiu, incorporando sempre novas tecnologias disponíveis, mudou para Loja Virtual e continuou crescendo sempre inconformada, com a equipe incentivada a imaginar o que podia ser feito de diferente.
EM TEMPOS ATUAIS, PÓS SITES, VENDAS VIA APLICATIVO E OUTROS MODELOS, ESTAMOS PENSANDO EM DIGITALIZAÇÃO TOTAL DA EQUIPE, INCLUSIVE DAS LOJAS FÍSICAS.
Todos devem pensar tecnologicamente e precisam mudar constantemente. Você, empreendedor, deve mudar a toda hora e tentar antecipar tendências e modelos. Use isso como diferencial, afinal estruturas menores podem ser muito mais velozes.
Essa sempre foi uma preocupação: contagiar nossa equipe para que todos estejam sempre pensando, inovando e se movimentando, independentemente do cargo, por isso a importância que sempre demos para que esse sentimento não esteja apenas na direção, mas que passe por todos e esteja no DNA de cada integrante da empresa.
Pense em uma grande companhia, de qualquer tamanho. Você imaginou que ela nasceu de um sonho de um empreendedor, que certamente viveu imensas lutas, desafios e dificuldades, mas foi crescendo e convidando pessoas a embarcarem nesta história?
POIS É ESSE SONHO INICIAL QUE SEMPRE DEVEMOS RESGATAR, A MENTALIDADE DO FUNDADOR, O QUE O MOTIVOU A PERSEGUIR SEUS OBJETIVOS.
Animar a equipe para essa caminhada é o que deve ser sempre resgatado, especialmente no momento em que a empresa cresce muito e corre o risco de ver se perder todo o legado que seus fundadores desejavam.
Por isso, empreendedores, fiquem atentos na busca por seu sonho. Incorpore cada vez mais pessoas, invista em inovação, pense com uma cabeça digital e faça tudo isso com extrema atenção ao fluxo de caixa. Esses são os ingredientes para estar sempre mudando.
Sou uma apaixonada pela micro e pequena empresa, acredito que é a grande solução para o desemprego em nosso país, que é formado por um povo empreendedor e criativo. Por isso, sempre dei palestras incentivando esses empreendedores e procurando passar entusiasmo para a sua caminhada, além de participar de diversos programas de mentoria para esse público, e sempre saio com energia renovada e aprendendo muito com todos.
Empreendedor, acredite no seu negócio, acredite no Brasil, esteja aberto a aprender a cada momento e se renove constantemente em conhecimento para que possa ampliar cada vez mais seu negócio, gerando mais empregos.
Fonte: Endeavor Brasil
Jorge Paulo Lemann: “Nosso negócio não é cerveja, nem hambúrguer ou ketchup, é gente”
Foi como um encontro de sócios: confira as principais lições de Jorge Paulo Lemann sobre cultura de alta performance e gestão de pessoas que inspiraram os empreendedores da rede da Endeavor.
Um dos fundadores do 3G Capital, Jorge Paulo Lemann é conhecido pelas gigantes aquisições realizadas nos últimos anos e pelo apurado senso de oportunidade, que deram a ele e seus sócios o controle de grandes companhias como a Kraft Heinz, o Burger King e a maior cervejaria do mundo: a AB InBev.
Podem passar os anos, mudar o foco dos investimentos e até o valor das aquisições, mas uma coisa Jorge Paulo Lemann sempre acreditou:
Quem faz uma empresa são as pessoas
Com esse tema em mente, não faltaram perguntas relacionadas à cultura e gestão no bate-papo que ele fez com empreendedores e mentores da rede da Endeavor neste ano.
Veja algumas das principais lições desse papo!
1) Nós não criamos novos negócios. Criamos novas oportunidades para as pessoas crescerem
“Nós temos treinamento de trainees e gente muito jovem porque queremos ter pessoas dentro de casa que são capazes de realizar o crescimento que nós acreditamos ser possível. Nossa máquina depende sempre de gerar oportunidades para os jovens que treinamos, que são excepcionais e têm muita sede por desafios. É por isso que nós somos sempre obrigados a inventar novidades que dão oportunidades para as pessoas que trabalham conosco. Talvez seja essa a razão de termos todo ano mais de 100 mil candidatos a trainee para as 40 vagas da Ambev.”
2) Reúna o time certo e você vai andar mais rápido
“É difícil fazer alguma coisa sozinho. Juntando o time certo você anda mais rápido e vai mais longe. Quando eu comecei no mercado financeiro, com grandes bancos dominantes e sem muito espaço, a oportunidade que vi foi atrair a melhor equipe possível: Claudio Haddad, Beto [Sicupira], Marcel [Telles], André Lara Resende…Pessoas excepcionais que ajudaram a construir o negócio.”
3) Em uma cultura, tem que ter competitividade e colaboração
“O ideal é uma mistura das duas [competição e colaboração], mas também é importante mensurar qual você quer ver mais presente. A Ambev atrai quem gosta de competir e esse estilo tem funcionado bastante. Mas, mesmo por lá, os bônus dependem dos resultados gerais, o que faz as pessoas cooperarem entre si para que todos atinjam os resultados. É preciso adaptar sua empresa para a cultura que der mais resultados.”
4) Na aquisição de novas empresas, sempre surge uma cultura híbrida
“Nas empresas que adquirimos, entrevistamos os executivos principais, apresentamos a nossa cultura e eles apresentam a deles. Então, entendemos o que dá para modificar e adaptar. Na Heinz, por exemplo, uma empresa de 10 mil funcionários, levamos 50 pessoas, conversamos com quem estava lá e chegamos em uma cultura comum. Nesse processo, muitas pessoas mais antigas foram embora, por isso foi mais fácil implementar algo mais próximo do que nós somos mesmo com apenas 50 pessoas.”
Fonte: Endeavor Brasil
A ética é o maior desafio do Brasil
Cofundador da Constellation Asset Management, que administra mais de dois bilhões de reais, Florian Bartunek fala sobre o presente e o futuro dos investimentos no país
Talvez você tenha lido o nome de Florian Bartunek na capa de Fora da curva: os segredos dos grandes investidores do Brasil, livro que ajudou ele a organizar em 2016 e que reúne depoimentos de alguns dos melhores profissionais de investimento do país.
É gente que, em conjunto, administra R$ 80 bilhões. O próprio Bartunek, que preenche um dos capítulos, está incluso nesse grupo – ele é Chief Information Officer (CIO) da Constellation Asset Management, gestora de fundos de ações que ajudou a fundar em 2002 e que tem Jorge Paulo Lemann e Lone Pine Capital entre seus sócios.
Com quase trinta anos de carreira, Bartunek ainda é apaixonado pelo trabalho, que considera um “quebra-cabeças complexo” que envolve habilidades técnicas e subjetivas, capacidade de criar estratégias de longo prazo e compreensão holística do ambiente empresarial.
“As pessoas acham que analisar a Apple é ver se ela vai lucrar no ano que vem, mas não é só isso”, fala, usando como exemplo a empresa mais valiosa do mundo atualmente. “É entender se ela vai ter capacidade de criar produtos novos que farão a diferença ou não.”
A Constellation, que começou com cerca de R$ 40 milhões, hoje administra R$ 2,6 bilhões de reais em ativos e tem entre seus princípios corporativos a seguinte frase: “Malandragens e espertezas destroem uma empresa por dentro. A ética compensa a longo prazo”.
Empresas bem administradas, para a firma, são aquelas com donos ou executivos confiáveis. Em tempos de transparência radical e fluxo de informação incessante, esses níveis de confiança estão cada vez mais conectados também a práticas socioambientais corporativas.
A seguir, Bartunek fala sobre o cenário atual e futuro de investimentos no Brasil e a importância da ética nesse contexto.
Por que ética é um bom negócio, segundo Florian Bartunek
O que mudou no cenário de investimentos no Brasil?
O Brasil está melhorando e os bonzinhos estão se dando bem. No curto prazo eles podem até perder, mas todo mundo prefere fazer negócio com gente honesta e socialmente responsável – você não quer trabalhar com um cara que usa trabalho escravo.
E o país ficou mais estável do que era vinte anos atrás, as pessoas fazem investimentos mais bem informadas. Antes você podia conhecer bem uma empresa, mas daí vinha um plano econômico e ia tudo por água abaixo. Ainda é muito volátil, mas menos.
Há interesse por investimentos de impacto no país, em que o investimento é feito levando em conta impactos sociais e ambientais mensuráveis?
Tem, mas é muito pouco. Como é uma escolha do investidor, não dá para forçá-lo a investir só em coisas que tem impacto social.
Mas o que surge muito aqui é a questão da ética. Hoje em dia, no Brasil, o risco em ser antiético é maior. Antes tinha menos informação, não sabíamos tanto sobre o que acontecia, não era um assunto. Agora sabemos. Depois da Operação Lava Jato, vejo que as pessoas tem muita preocupação com a ética da contraparte: temos que ter certeza que nosso parceiro é 100% idôneo.
E é um ciclo virtuoso. Se eu sou ético e transparente, minha ação na bolsa de valores vale mais. Se ela vale mais, tenho uma vantagem competitiva em relação ao concorrente. Ele pensa: por que aquele cara vale mais que eu? Porque ele é ético? Então vou ser também.
Então a ética é uma preocupação que consta na hora de escolher em que investir?
A ética é o maior desafio do Brasil. O modus operandi de fazer negócio no país, no passado, muitas vezes envolvia questões que não eram éticas – essa coisa de comprar sem nota fiscal, sabe? Isso vem diminuindo. E quando você olha o desenvolvimento das empresas atualmente, há uma parte bem honesta e uma zona cinzenta com a qual temos que tomar muito cuidado.
A parte socioambiental representa um custo para a empresa, seja porque o cliente paga mais por um produto ético ou porque há um risco judicial que pode virar um problema, e isso passou a ser incorporado nos processos de investimento.
Empresas que foram autuadas por trabalho escravo, por exemplo, por terem condições de trabalho que o Ministério Público não consideravam adequadas, veem o preço de suas ações caírem 6% no dia em que sai a notícia.
Então se a empresa tem um risco, vamos negociar o preço com um desconto. E é mais difícil fazer negócio se for arriscado.
Por que vale mais a pena investir em empresas com essa preocupações?
Historicamente, um investimento em empresas com esse tipo de preocupação dão retornos melhores no longo prazo.
Os motivos para isso variam. A empresa pode ter uma relação melhor com a comunidade e gerar boa vontade com a marca ou tem pessoas genuinamente mais honestas e preocupadas com o outro, o que diminui a chance de cometerem alguma barbaridade.
No fim, tem stakeholders melhores, funcionários melhores e acionistas mais comprometidos. E quando investirmos nessas empresas, as outras olham para o lado e refletem sobre o por quê daquela empresa ter mais investidores. Como investidor, eu posso ser cínico e não acreditar em nada disso e buscar o resultado ou posso realmente acreditar no impacto e investir por esse motivo. Mesmo assim, o efeito final é positivo e esse processo vai se retroalimentando.
O que impele essa mudança na forma de ver os investimentos?
Acho que é uma mudança geracional. O ser humano sempre preferiu fazer negócio com gente legal, então ele não mudou. Mas as gerações são diferentes e, com mais informações, os efeitos se acumularam.
Do ponto de vista da empresa, ela trabalha com dois stakeholders, o funcionário e o cliente. A não ser que você precise – e tem gente que precisa –, você não quer trabalhar numa empresa socialmente irresponsável. Então para fins de atração e retenção de talentos, especialmente jovens, isso faz toda a diferença.
Com o cliente, é a mesma coisa. Quantos produtos novos não surgem que são mais caros, são orgânicos, não agridem o meio ambiente – e as pessoas estão dispostas a pagar?
A empresa pensa: ‘Se meu cliente paga mais caro pelo produto, consigo pagar mais gente boa’. Um jovem talentoso que se vê escolhendo entre ofertas iguais de uma empresa socialmente responsável e uma empresa de tabaco, escolhe a primeira. E a segunda está perdendo o talento.
Como o mundo de investimentos vai mudar no futuro?
O campo vai ser muito maior. Na geração dos meus pais, era possível ser engenheiro, médico, arquiteto, abrir um bar ou uma loja. Na minha geração já tinha muito mais coisa, como empreendedor ou programador. E na nova geração, as pessoas são muito mais livres profissionalmente.
O investidor que antes podia investir na Petrobrás ou na Vale hoje vê gente que quer fazer um aplicativo ou abrir uma empresa que fabricará diferentes refrigerantes com água benta [risos]. Tem todo tipo de coisa e há muito mais opções de investimento.
Como há vinte anos eu ia saber que uma tal de Apple com um tal de iPhone ia surgir? Não sei o que vai vir, mas vão ser muitas coisas legais – e uma gama ampla de possibilidades.
Fonte: NAPRÁTICA.org | Por Rafael Carvalho
Saia da crise tinindo
Estudos revelam que 9% das empresas saem de uma recessão mais fortes do que nunca. Veja como preparar o terreno para o sucesso.
Análise de mudanças na estratégiaEm dezembro de 2008 iniciamos um projeto para identificar estratégias adotadas por empresas durante uma crise econômica séria e avaliar sua eficácia. Estudamos o desempenho de empresas durante três períodos de recessão anteriores ao atual: 1980 a 1982, 1990 e 1991 e 2000 a 2002.Reunimos informações financeiras sobre todas as empresas da base de dados Compustat, da Standard & Poor’s, analisando 4.700 empresas nas três recessões. Com dados dos três anos anteriores a cada recessão, dos três anos posteriores e do período recessionário em si, analisamos mudanças de estratégia durante os anos de recessão e traçamos hipóteses sobre o impacto que teriam tido no desempenho das empresas após a recessão.Para identificar mudanças de estratégia, buscamos saber como a alocação de recursos pela empresa mudara entre o período anterior à recessão e o período recessionário. Para tanto, usamos seis itens do balanço: número de funcionários; custo de mercadorias vendidas normalizado pelas vendas; despesas de P&D; despesas de vendas, gerais e administrativas; despesas de capital; e ativo imobilizado (plant, property, and equipment).Já que o desempenho da empresa só é afetado por grandes alterações nessa alocação, isolamos essas mudanças em dois passos: primeiro, calculamos variações ocorridas durante cada recessão e as ajustamos à média do setor; segundo, determinamos em que percentil cada variação dessas se situava e presumimos que somente aquelas no percentil 33, superior ou inferior, eram acréscimos ou reduções significativos.Identificamos quatro grupos com base em combinações específicas de mudanças na alocação de recursos:Empresas focadas na prevenção. Na comparação com concorrentes, fizeram cortes maiores em um ou mais dos seis itens. Tampouco aumentaram o gasto em qualquer um deles mais do que as concorrentes.Empresas focadas na promoção. Na comparação com concorrentes, aumentaram o gasto em pelo menos um dos seis itens. Não reduziram o gasto em nenhum deles mais do que as rivais.Empresas pragmáticas. Focaram tanto a prevenção (reduzindo o custo de vendas ou o total de pessoal mais do que as rivais) quanto a promoção (aumentando despesas gerais e administrativas, P&D, despesas de capital ou ativo imobilizado mais do que as rivais).Empresas progressivas. Derrubaram custo de vendas, mas não demitiram mais do que rivais. Além disso, na comparação com as concorrentes alocaram mais recursos a itens ligados ao mercado (como despesas gerais e P&D) e a ativos (como despesas de capital e ativo imobilizado).Calculamos, então, a taxa composta de crescimento anual em três anos da receita e do lucro líquido (EBITDA como porcentagem das vendas), ajustada a médias setoriais, para entender o impacto produzido por essas estratégias no faturamento e no resultado final. O uso de taxas de crescimento permitiu a comparação do desempenho de empresas de grande e pequeno porte; com o ajuste à média do setor, pudemos comparar o desempenho entre setores distintos ainda que a recessão tivesse afetado cada um de modo distinto.Concluímos que empresas cuja receita e lucro tiveram um crescimento 10% maior do que o de concorrentes após uma recessão tinham atingido um desempenho fora de série (nossos resultados comportam, contudo, uma ampla faixa de definições de desempenho “fora de série”: taxas de crescimento de 5% a 20% acima da média do seto
r).Por último, para calcular a probabilidade de que empresas em cada um dos quatro grupos atingissem um desempenho fora de série, dividimos o número de vitoriosas que tinham empregado uma certa estratégia pelo total de empresas que haviam adotado a estratégia.
ção a mirar baixo e manter tanto a inovação quanto o corte de custos incrementais. Segundo, em vez de aprender a operar com mais eficiência, a organização tenta fazer mais do mesmo com menos. Isso muitas vezes derruba a qualidade e, portanto, a satisfação do cliente. Terceiro, decisões de corte de custos tornam-se centralizadas: o departamento financeiro faz cortes generalizados, dando pouca atenção a iniciativas que podem trazer o germe do crescimento pós-recessão. Quarto, o pessimismo invade a organização. Centralização, controles estritos e a ameaça constante de mais cortes produzem a sensação de impotência. O foco passa a ser a sobrevivência — tanto pessoal como organizacional.
Uma combinação tem a maior probabilidade de garantir a vitória pós-recessão: aquela adotada por empresas progressivas. Lances defensivos dessas empresas são seletivos. Em geral, derrubam custos com o aumento da eficiência operacional, e não enxugando mais a folha do que empresas equivalentes. Já suas medidas ofensivas são abrangentes. Essas empresas abrem novas oportunidades de negócios por meio de investimentos consideravelmente maiores do que os das rivais em P&D e marketing e investem em ativos como fábricas e máquinas. Nelas, o crescimento da receita e do lucro pós-recessão é o melhor de todos os grupos em nosso estudo. É importante entender por que empresas que usam essa combinação se dão tão bem após uma recessão.
de B2B para facilitar transações entre varejistas e fornecedores. Em janeiro de 2001, consolidou duas bandeiras do grupo, a Dayton e a Hudson, sob uma terceira, a Marshall Field’s, para tirar proveito dessa marca bem conhecida. Isso tudo contribuiu para a alta de 40% na receita e de 50% no lucro durante a recessão. A margem de lucro da Target subiu de 9% nos três anos anteriores à recessão para 10% após a crise.
A consultora e sócia da TRADE Danuse Martins de Carvalho concluiu o seu MBA em Gestão de Projetos e Análise de Processos pela IETEC. Danuse conta que há muito tempo estava buscando uma oportunidade para fazer uma releitura e refinar a metodologia desenvolvida em vários projetos e clientes da TRADE nos últimos anos e também aprofundar um pouco no tema da gestão nas organizações sob o olhar da melhoria dos processos.