Número de operações de fusões e aquisições em queda de 19,2% no Brasil em julho

Número de operações de fusões e aquisições em queda de 19,2% no Brasil em julho

Mais de 20% das Fusões e Aquisições no Brasil envolvem empresas de tecnologia. No ano, crescimento de 7,45% no total investido

O segundo semestre de 2018 inicia com o mercado brasileiro de fusões e aquisições em queda. Segundo o relatório mensal da Transactional Track Record (TTR), plataforma que monitora operações de fusões e aquisições no Brasil e na América Latina, realizado em parceria com LexisNexis e TozziniFreire Advogados, o número de operações registradas no mês de julho, 67, sofreu queda de 19,3% em comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram registradas 83. Os números desse mês também ficam abaixo do que foi registrado em julho de 2016, quando foram anunciadas 91 transações. Das operações anunciadas no mês, 26 tiveram seus valores revelados, somando 5,5 bilhões de reais, recuo de 57,5% em relação ao mesmo mês no ano anterior.

No ano, o TTR já registrou 567 anúncios de operações de compra e venda de participação envolvendo empresas brasileiras, queda de 6,1% ante o mesmo período de 2017. Destas, 231 tiveram seus valores divulgados, somando 106 bilhões de reais, crescimento de 7,4% sobre os números do ano passado.

O segmento de Tecnologia continua sendo o setor com maior número de fusões e aquisições desde janeiro, com 123 operações, alta de 29% sobre o ano anterior. Na sequência, aparecem os setores Financeiro e Seguros, com 76 operações, e Saúde, Higiene e Estética, 60, alta de 19% e 11%, respectivamente.  Já o segmento Distribuição e Varejo, 48 deals, apresenta retração de 31% no ano.

Operações cross-border

No âmbito cross-border inbound, em que empresas estrangeiras investiram em empresas baseadas no Brasil, foram contabilizadas 113 operações de aquisição de empresas brasileiras desde janeiro. Os Estados Unidos seguem como o principal investidor estrangeiro no mercado nacional. Desde o início de 2018, as empresas norte-americanas já realizaram 41 aquisições, acumulando o total de 4,4 bilhões de reais investidos no país.  Em termos de valores aportados, o Japão aparece na sequência, totalizando mais de 3,7 bilhões de reais, seguido pela Suíça, com total investido de 3,3 bilhões de reias.

As aquisições estrangeiras nos subsetores de Tecnologia e Internet permanecem como as mais atrativas para os investidores internacionais, com crescimento de 21%, num total de 34 operações.

Já as empresas brasileiras participaram de 22 transações no mercado externo, tendo como alvo prioritário a América Latina, onde foram realizadas 12 dessas aquisições, que juntas somam 1,3 bilhões de reais aportados.

Private Equity e Venture Capital

Em 2018, o investimento estrangeiro em empresas brasileiras segue em destaque também nos cenários de private equity e venture capital. Foram contabilizadas 43 operações envolvendo investimentos de fundos estrangeiros em empresas nacionais, crescimento de 38,71% em comparação ao mesmo período de 2017.

Esses aportes estrangeiros tiveram forte influência no volume financeiro das operações de venture capital registradas pelo TTR desde janeiro. Nessa modalidade de investimentos, foram registradas 118 operações desde o início do ano, 8% acima do reportado no mesmo intervalo do ano anterior. As 74 transações que tiveram seus valores revelados somaram 2,4 bilhões de reais. Os fundos de venture capital tiveram como alvos preferidos os segmentos Tecnologia, 66 operações no ano, Financeiro e Seguros, 23, Internet, 17, e Saúde, Higiene e Estética, com 10.

Em julho, entretanto, o total aportado, 493,8 milhões de reais, ficou 19% abaixo daquele resgistrado no ano anterior, enquanto o número de transações fechou o mês com crescimento de 8%, chegando a 14 operações.

Já no panorama dos investimentos de private equity, 2018 continua em baixa. No apanhado do ano, queda de 11% no total de transações registradas, 41, encerrando o período com 6,2 bilhões de reais investidos, 53% de retração na comparação com o ano anterior.

Fonte: Transactional Track Record (TTR)

Grupo chinês compra empresa mineira e pretende transformá-la em “gigante” do setor elétrico

Grupo chinês compra empresa mineira e pretende transformá-la em “gigante” do setor elétrico

Legenda: CEO da Nansen, Alexandre Suprizzi, diz que investimentos serão feitos para tornar a empresa mineira em ‘gigante’
(foto: Rossana Magri/Divulgação)

Fabricante de medidores Nansen passou a ser da Sanxing Eletric Co em negociação concluída em junho

A fabricante mineira de medidores de energia elétrica Nansen S.A foi vendida para a Sanxing Electric Co empresa chinesa que também atua no setor. A movimentação financeira, não revelada pelas empresas, pretende transformar a empresa de Minas em “gigante” do setor, como apostam os novos proprietários.

A negociação foi desenvolvida ao longo do mês passado e desde 1º de julho a planta industrial, localizada em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, deixou de ser familiar está sob nova propriedade multinacional.

A conclusão da negociação da Nansen – que continuará com mesmo nome -, é fruto de movimento que começou em outubro de 2015, quando a chinesa adquiriu 51% das ações e assumiu o controle societário da empresa.

De acordo com o CEO da Nansen, Alexandre Suprizzi, o novo momento tem como prioridade a ampliação dos produtos, aproveitando que a empresa já é referência na fabricação de medidores. A intenção é avançar no mercado de redes inteligentes de energia elétrica, se valendo da experiência da Sanxing na instalação de mais de 100 milhões de medidores inteligentes nos 50 países onde atua.

Suprizzi destacou que a incorporação da Nansen tem sido vista como estratégica pela chinesa, que pretende atuar no mercado da América Latina.

“O maior potencial da empresa é a vinda de nova tecnologia no mercado de medição. Essa nova tecnologia é uma tendência, inclusive, como forma de reduzir fraudes e roubo de energia. O futuro mostra que vão haver grandes investimentos neste setor. Esta é a grande aposta”, afirma.

Outra promessa do CEO é que a nova administração não trará mudanças no quadro de funcionários, que ele considera “adequado” no momento. O futuro, com os novos investimentos, podem ser gerados novos postos.

Atualmente, 280 pessoas trabalham na produção de 12 modelos de medidores de energia. A Nansen possui capacidade instalada para produção de 5 milhões de medidores por ano, tem como clientes as concessionárias de distribuição de energia elétrica do Brasil. O faturamento estimado para 2018 de R$ 115 milhões

Números da empresa mostram que os chineses, desde que assumiram o controle societário da empresa mineira, já investiram R$ 30 milhões em ampliação e revitalização da fábrica.

A Sanxing integra o Grupo AUX, conglomerado empresarial que está entre as 500 maiores empresas chinesas e faturou, em 2017, mais de US$ 10 bilhões. O grupo, que atua em mais de 100 países, possui negócios em sistemas de distribuição de energia elétrica, eletroeletrônicos residenciais, serviços médicos, investimentos imobiliários e serviços financeiros.

Na China estão instalados oito fábricas, três centros de pesquisa e 20 centros médicos. A efetivação do negócio representa a primeira incursão da empresa chinesa em uma indústria fora de seu país de origem.

Fonte: EM.com.br

Ex-Facebook aposta em software para investir em startups no País

Ex-Facebook aposta em software para investir em startups no País

Foto: Chamath Palihapitiya é fundador do fundo de investimento Social Capital 

Fundo de Chamath Palihapitiya, ex-vice-presidente da rede social, usará software e aprendizado de máquina, não intuição, para escolher empresas do País; aportes do Social Capital vão até US$ 250 mil

Quando trabalhou no Facebook, entre 2007 e 2011, Chamath Palihapitiya aprendeu a reconhecer padrões de comportamento. Após deixar a rede – e se tornar um de seus críticos, chegando até a dizer que se arrependeu por ter ajudado a construí-la –, ele decidiu usar a lição para investir em startups. Presidente do fundo Social Capital, sediado no Vale do Silício, ele lança nesta quarta-feira, 1, no Brasil um programa de investimentos em empresas iniciantes, com aportes entre US$ 50 mil e US$ 250 mil.

No lugar de apresentações ensaiadas (os chamados “pitches”), reuniões e intuição, porém, Palihapitiya confia nos números e em um software para decidir suas apostas. “Todos os negócios, há milhares de anos, têm padrões de sucesso. O que fazemos é reconhecer esses padrões”, diz, em entrevista exclusiva ao Estado.

Investidor de empresas como o software de comunicação Slack e a plataforma de computação em nuvem Box, além da brasileira Descomplica, Palihapitiya pede às empresas que enviem seus dados – receita, crescimento, engajamento – à sua plataforma. Com ajuda de aprendizado de máquina e um grande banco de dados, colhido por anos no Vale, ele insere as informações no software para verificar quais startups têm números bons e valem o investimento.

Entusiasmado pelo Brasil, onde vê grande potencial, Palihapitiya não se restringe aos dados. É fã, por exemplo, da trajetória de Jorge Paulo Lemann e Warren Buffett. “Não acho que o software é melhor que eles (investidores), mas pode fazer que sejamos melhores do que somos hoje ao investir”, diz.

Estado: Por que usar software para selecionar startups? 

Chamath Palihapitiya: Quando trabalhei no Facebook, tivemos de desenvolver muitos recursos. Com isso, descobri que vários deles já haviam sido feitos antes – precisávamos apenas de algumas modificações. Havia padrões – que eram reconhecidos por aprendizado de máquina. Quando comecei a investir, tive uma ideia parecida. Todos os negócios, há milhares de anos, têm padrões de sucesso – receitas para ter bons produtos no mercado, consumidores leais ou preços corretos. Hoje, há milhões de startups no mundo. Temos acesso a dados de milhares delas, graças à nossa marca. Com nosso software, podemos dizer a cada empresa, a partir dos padrões, em que são boas ou em que precisam melhorar. Além disso, podemos mostrar às startups obstáculos e desafios comuns – e ajudá-las a superá-los mais rápido.

Por que o Brasil? 

Acompanho o País desde 2008. Fui um dos primeiros investidores do Peixe Urbano. Nos últimos anos, a despeito da flutuação do câmbio e das mudanças políticas, o Brasil tem sido um consistente ecossistema de startups. Os empreendedores do Brasil são dinâmicos, eficientes com dinheiro e loucos por dados. Além disso, sabemos que no Brasil há carência do investimento semente, área em que queremos atuar. (Para se inscrever, é preciso preencher um formulário no site caas.socialcapital.com)

As empresas devem ser de alguma área específica para receber aportes? 

Não. Quando começamos, tínhamos foco em saúde, educação, finanças, soluções para empresas e para consumidores. Com o tempo, aprendemos coisas novas – inteligência artificial, por exemplo. No Brasil, queremos falar com boas empresas, que tenham os padrões de companhias do Vale. Se houver uma, ok. Se houver cem, será fantástico! Elas podem aprender conosco nas áreas que somos especialistas. E se não conhecermos a área da startup, queremos aprender com ela, dando o suporte de que precisa.

Você investiu no Slack, startup hoje avaliada em mais de US$ 5 bilhões. O que ela tinha de especial? 

O Slack é um bom exemplo de como os números nos ajudaram. Inicialmente, eles eram uma empresa de videogames. Tinham equipes em São Francisco e no Canadá, que usavam uma ferramenta muito boa de comunicação. Eles captaram recursos, foram avaliados em milhões, mas o jogo não dava certo. Stewart Butterfield, o fundador, decidiu tentar lançar a ferramenta como uma nova empresa. Quando os conhecemos, eles tinham só 40 mil usuários. Decidimos apostar. Por quê? Porque tinham métricas de engajamento que eram parecidas com as de Instagram e Facebook, um efeito de rede incrível. Mas, para ser honesto, passo menos tempo falando sobre os sucessos e mais sobre as empresas nas quais evitamos investir. Investimentos que dão errado nos drenam muito. Investir é difícil. Jorge Paulo Lemann ou Warren Buffett, eles têm um talento raríssimo. O software não é melhor que eles, mas pode fazer que sejamos melhores do que somos hoje como investidores.

Há arrependimentos? 

Muitos! Tivemos a chance de investir na segunda rodada do Uber. Todo dia, quando pego um Uber, penso nisso (risos). Há muitos exemplos de empresas que passamos, mas não deveríamos. É o problema de usar o software: às vezes, os números não dão certo, porque é uma época específica. Mas arrepender-se é bom, para sermos melhores no futuro.

Você trabalhou no Facebook e já criticou a rede. Como vê a empresa, considerando a perda de US$ 120 bi na última semana? 

Quero ser claro: o Facebook é uma empresa incrível. É preciso ter coragem para fazer o que eles fizeram, largando o lucro de um modelo de negócios incrível para corrigir problemas em prol da sociedade. É algo que merece crédito e um pouco de paciência. Mas não muda minha visão sobre a empresa. Hoje, nos acostumamos a receber e usar coisas de graça na internet. Quando as coisas são de graça, as empresas precisam ganhar dinheiro de algum jeito – normalmente, publicidade. Precisamos discutir, como sociedade, o que devemos esperar quando recebemos algo de graça e quando pagamos por algo. É algo que adotamos para comida, educação ou para o dentista. Precisamos discutir sobre a internet também.

Fonte: ESTADÃO

Empresa mineira Contratanet é adquirida pela  Symplicity Corporation

Empresa mineira Contratanet é adquirida pela Symplicity Corporation

Apesar da retração no confronto mensal, em relação a julho de 2017, o setor registrou avanço de 4% no nível de atividade – Crédito: Paulo Whitaker / Reuters

Depois de se destacar como a maior rede integrada de portais de emprego no Brasil, a empresa mineira Contratanet ganha notoriedade também no exterior ao ser adquirida pela Symplicity Corporation, líder mundial em soluções de empregabilidade. O valor da compra não foi revelado, mas a expectativa do diretor executivo da Contratanet, Rodrigo Harlley, é que a união das organizações torne a plataforma mais conhecida e, em um ano, triplique o número de universidades atendidas.

Com sede na Savassi, na região Centro-Sul da Capital, a Contratanet atendia, sozinha, cerca de mil universidades no País, além de 150 mil empresas empregadoras e 4 milhões de candidatos. Harlley explica que o principal produto da empresa é um portal que conecta todas as pontas do processo de empregabilidade, desde as universidades e seus alunos, até as empresas empregadoras. Por meio desse portal, a empresa organiza todo o processo de divulgação e gestão dos processos seletivos, incorporando-o ao sistema da universidade.

Além disso, a Contratanet oferece um pacote de serviços dedicados às universidades no intuito de ajudar as instituições e aumentarem o grau de empregabilidades de seus alunos.

“A evasão dos universitários acontece principalmente nos primeiros períodos porque falta renda para o aluno pagar a faculdade. Nós oferecemos serviços que ajudam a melhorar o currículo desse aluno, bem como acompanhá-lo no processo de busca de emprego na tentativa e diminuir esse índice de evasão”, diz.

O diretor arma que a Contratanet e a Symplicity Corporation são complementares porque ambas operam com objetivo de gerir a carreira de alunos do ensino superior e aumentar a empregabilidade entre esse público. Ele destaca que a aquisição é promissora porque une uma empresa que é líder nacional no segmento com outra que é líder mundial. Além disso, ele lembra que a empresa ganha força no comercial e passa a operar sicamente em outros lugares onde a Symplicity tem escritório, como Londres e Washington. Harlley arma que, a princípio, a marca Contratanet será mantida. Ele destaca que, além da força de se unir à Symplicity, a marca mineira ca ainda mais forte por incorporar uma visão mais global sobre gestão de carreira. “A Symplicity trará as melhores práticas do setor e, assim, poderemos oferecer ainda mais valor às universidades brasileiras”, analisa. Ele acredita que a união das empresas também trará um resultado prático com a conquista de novos clientes. A expectativa do executivo é triplicar o número de universidades atendidas na plataforma.

Fonte: Diário do Comércio

Vendida para a Kroton, Somos compra escola Santi

Vendida para a Kroton, Somos compra escola Santi

A Somos Educação – que está em processo de venda para a Kroton – fechou a aquisição da Escola Santi (antigo Santo Inácio), localizada em São Paulo. O valor da transação gira entre R$ 35 milhões e R$ 40 milhões, segundo o Valor apurou.

As negociações entre a Somos Educação, controlada pela gestora de fundos de private equity Tarpon, e a Escola Santi já estavam em andamento antes da transação com a Kroton ser anunciada, em abril. Desde o ano passado, a Somos Educação já vinha informando ao mercado que mantinha conversas adiantadas com cerca de dez colégios, sendo que boa parte dessas operações poderia ser concluída em 2018.

Fundada há quase 50 anos, a Santi é uma escola tradicional na cidade de São Paulo, com mensalidade variando entre R$ 2 mil e R$ 3 mil. A escola tem cerca de 800 alunos matriculados nos ensinos infantil, fundamental I e II.

Os professores e funcionários da Santi foram informados da venda ontem no fim do dia. No comunicado, os diretores da escola, Adriana e Fernando Cury, que permanecem na instituição, citam a competitividade no setor de educação básica como uma das razões para a venda e informam que a Somos Educação está em processo de aquisição pela Kroton. A transação ainda depende de aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). “Abrimos diálogo com alguns grupos que desejam fortalecer a educação básica do nosso país, além de perpetuar e multiplicar projetos de qualidade, como o nosso. Depois de um cauteloso processo decisório, os sócios atuais optaram pela venda da Escola Santi para a Somos Educação”, informa trecho do comunicado da Santi.

A Somos Educação espera encerrar o ano com 35 mil alunos em seus colégios – já incluindo os estudantes das escolas cujas as negociações estão adiantadas. O grupo é dono de colégios como Anglo 21, pH, Sigma, Máxi e Motivo em várias regiões do país.

A Kroton, por sua vez, é dona dos colégios Pitágoras e Leonardo da Vinci, este último recém adquirido. Em abril, a líder do ensino superior privado adquiriu o controle da Somos numa transação avaliada em R$ 6,2 bilhões.

O setor de educação básica tornou-se o preferido dos investidores por ser ainda muito pulverizado. Esse mercado movimenta R$ 60 bilhões por ano, superior ao faturamento do ensino superior, que é da ordem de R$ 54 bilhões.

Fonte: Valor Econômico | Thais Carrança e Beth Koike